quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

REALMENTE, NÃO DÁ MAIS!


“QUANDO NÃO DÁ MAIS”
Saudades de “Minha Terra”...
- Claro, pode parecer falsa nostalgia... mas ao que parece, cada dia me sinto mais piauiense (unionense, na verdade) e menos brasiliense... Que saudades daquela terra e daquela gente... e veja que só estou em minha terra natal há três dias... mas não aguento mais o estrago feito com o Evangelho do Salvador Jesus Cristo que tem sido difundido, propagado, disseminado e contaminado feito um câncer mortal no meio do povo da minha terra.
- A programação do rádio está simplesmente insuportável. Muda-se de uma emissora gospel para outra, muda-se o timbre de voz do apresentador mas, o conteúdo da pregação e o mesmo: triunfalismo; misticismo disfarçado de evangelho; superstições; cobiças e avarezas; e muito, mas muito ensinamento direcionando o povo à conquista desta terra em detrimento de uma eternidade sobre a qual nem se comenta.
- O título deste artigo é exatamente o mesmo de um livro recentemente lançado por um pregador de “sucesso” na mídia. Dentre outras heresias, ele lançou semana passada uma campanha de 12 semanas (disse DOZE) a cerca de... leiam a chamada para a tal campanha:
“As ministrações serão baseadas em 12 homens e mulheres da Bíblia que antes eram fracos e depois se tornaram fortes. Eram pobres e se tornaram ricos. Eram os menores e se tornaram os maiores. Doze homens e mulheres e muitos segredos”.
- Vejam, eu achava que nem haveria necessidade de comentar o teor dessa campanha. Mas, ainda assim, vamos lá.
1.       O apóstolo Paulo, “forte” perseguidos da Igreja e eventual grande líder do judaísmo em seus dias, considerando tudo aquilo como lixo, tudo largou para, fazendo-se fraquíssimo, seguir a Cristo. Ainda teve a ousadia de afirmar que era exatamente quando enfraquecia que se tornava forte (2ª Coríntios 12:10), e isso fazendo coro com o profeta Joel (3:10) num contexto em que os que se abstinham da guerra armada, transformando as armas em ferramentas, fracos, por isso é que eram feitos fortes. Portanto, em Cristo, quanto mais fracos segundo a carne, consequentemente segundo o mundo, mais fortes espiritualmente. O que certamente tal campanha não ensinará;
2.       Pobreza e riqueza, segundo os padrões desta terra, definitivamente não combinam com o Evangelho da Graça de Deus. Uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. Nos é ensinado que para ganhar o céu temos de abrir mão do que seja desta terra. A perícope de Lucas (9:23-27) fala sobre o perder a vida para herdar a eternidade. Claro, nesse contexto, não há espaço para que se preserve qualquer bem material deste mundo, a não ser o pão cotidiano ensinado a que peçamos na oração do Pai Nosso. Assim, no Evangelho, a versão é o contrário do que a tal campanha promete, ou seja, que se torne pobre aquele que outrora fora rico;
3.       Mas, o terceiro item é de lascar. Se quanto aos dois primeiros ainda haja quem possa contraditar-me e defender o malfadado “evangelista” que criou essa bestialidade, quanto à instrução para que quem seja menor se torne maior ele simplesmente rasgou as Palavras de Jesus, quando afirmava “que aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande” (Lucas 9:48). O Senhor avisou que entre os homens da terra as coisas são assim (Lucas 22:25), ou seja, manda quem é grande. “Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve” (22:26).
- Não bastasse essa campanha e os insistentes clamores para que o povo adira à ela, a pidança de dinheiro por parte desse moço, com a pregação a cerca de um dízimo em moldes judaicos na ordem de 1/5 (um quinto), ou seja, 20% (isso mesmo, VINTE) são de dar vergonha até mesmo a quem jamais tenha posto os pés nas dependências dessa denominação.
- A coisa piora quando se tenta mudar de emissora de rádio, e depara-se com o por star que comanda a fatia maior dos apaixonados pela gospelizada mídia. Com frases de efeito que não surtem efeito algum, sem sentido sequer psicológico ou motivacional, que dirá espiritual, mas que, sabe-se lá como, agrega pessoas em torno de si, pessoas aos milhares vão engrossando os rolos de membros dessa denominação. Pra piorar, pessoas das quais se cogita haver alguma capacidade pensante, com formações superiores, empregos de destaque e salários exorbitantes apegam-se à esses homens na busca e prática de uma espiritualidade simplesmente sem espírito. Algo absurdamente inexplicável.
- Daí a saudade de meu Piauí... se meus irmãos desse amado estado nordestino me permitem assim chamar...
- Saudades do humilde vendedor de CD’s, com sua memória invejável... de donas de casa humildes, com pouquíssimo estudo mas com um senso crítico fenomenal... um pedreiro que se diz analfabeto mas que demonstra muito maior habilidade com as palavras, lidas ou ouvidas, do que alguns professores com os quais me relaciono... do cirurgião dentista que se orgulha da criação que teve por parte de uma dona de casa simples e um humilde pescador que conseguiu por os filhos negros na universidade em épocas que isso era quase inimaginável... do pequeno serralheiro que aprende com humildade todo dia... dentre outros tantos...
- Todas pessoas que, apesar do berço simples que tiveram, e da condição acadêmica que hoje têm, jamais seriam iludidos por esses tipos de pregadores, indo atrás de campanhas esdrúxulas nesses termos.
- Por essas e outras, sendo homem de criação entre duas granes cidades da região Centro Oeste (Brasília e Goiânia), me parece que por aqui já não tá mais tendo espaço para mim. Sinto-me como um peixe fora d’água. Um ET. Alguém que está indo contra a maioria... maioria essa que beira a totalidade. Só não atinge os 100% porque certamente Deus sempre manteve seus sete mil (entenda) fieis em algum lugar.
- Assim, engrossando o coro com o título do livro a cima citado, sem contudo me coadunar com o conteúdo de seu escrito, afirmo realmente “não dá mais”.
- Ora, vem Senhor Jesus. Maranata.

23 de janeiro de 2014
Pr. Walter


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

NÃO SEJAIS MOTIVO DE TROPEÇO PARA NINGUÉM

Mateus 18:6  “Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar”.
- Hoje nosso recado é, primeiramente, para aqueles que pregam, que ministram a Palavra de Deus como “guias” (Hebreus 13:7, 17, 24) mas, evidentemente, para todo crente em Jesus Cristo dada a responsabilidade que cada um de nós tem para com a anunciação das virtudes de Jesus Cristo (1ª Pedro 2:9); até porque, o mundo todo fia-se, a bem ou a mal, no testemunho que temos para lhe dar (Hebreus 12:1).
- No passado Jesus já havia condenado a hipocrisia dos religiosos de seus dias dado o fato de exigirem da parte do povo algo que eles mesmos não estavam nem um pouco dispostos a fazer (Mateus 23). Estilo de vida em nada parecido com o do Mestre enquanto esteve entre nós, até porque, tudo quanto Jesus nos determinou que fizéssemos, Ele fez primeiro.
- Assustadora, atualmente, tem sido enxurrada de notícias a cerca das quedas de religiosos cristãos no nosso meio. Seja ocorrido entre pessoas famosas, da mídia, ou entre anônimos a cerca dos quais tomamos conhecimento em virtude da grande proximidade que têm de nós. E seja em meio aos famosos ou em meio aos anônimos, o estrago é sempre o mesmo, ou seja, o de abrir-se precedente para que outros cristãos entendam que estejam recebendo um “cartão de isenção” ao pecado para que possam proceder da mesma maneira.
- Pior ainda vai sendo o testemunho dado aos chamados “de fora” da Igreja. Exatamente aqueles que espera-se que se convertam a Cristo em virtude dos BONS exemplos dados pelos religiosos que já existem. Entre eles, estão os “pequeninos” do Senhor aos quais Ele se referia no texto citado a cima, na chamada para este artigo (Mateus 18:6).
- Quem já viu uma criancinha pequena aprendendo a dar seus primeiros passos sabe da facilidade que é para que ela tropece (escorregue) e caia. São pequeninos, sem tato nas perninhas, sem habilidade e firmeza nas pernas e a suficiente agilidade para se esquivarem dos perigos do caminho. Imagine colocar uma criancinha para andar em um piso totalmente irregular, com pedras, paus, buracos, escorregadio e outras coisas e situações que facilitem seus tropeços e consequentes quedas...
- Em se tratando de coisas espirituais, a situação é exatamente a mesma. Jesus sempre foi craque em exemplificar coisas espirituais por meio de situações vivenciais corriqueiras de nosso dia a dia, como o serviço do semeador, o destino das sementes semeadas, a vida do pescador, do agricultor, do que colhe... sempre nos ensinando como se dão também as coisas espirituais. E aqui não é diferente, quando Ele trata do “tropeço” ou do “fazer tropeçar”.
- Compare-se “os pequeninos” do Senhor, pequeninos na fé (novos), recém nascidos espiritualmente, com nossos bebês. Assim como a criança tem dificuldade para começar a andar, os novos na fé também não têm facilidade alguma para começar em seus primeiros passos a seguir Jesus. Logo, qualquer irregularidade no piso, qualquer pedrinha no caminho, casca de banana (ou qualquer outro objeto escorregadio) pode bem fazer com que o pequenino tropece e, caia.
- Daí, note-se o tamanho da responsabilidade do adulto. Assim como não adianta ele colocar a culpa da queda da criança na própria criança, mas sim no seu descuido ou irresponsabilidade, o mesmo se dá para com o novo na fé, aquele que está dando ouvidos às Palavras do Evangelho. Não adianta o crente velho e experimentado colocar a culpa de uma eventual queda no próprio “pequenino”. Nós, maduros na fé, temos real responsabilidade sobre a vida e segurança dos novos. Que dirá, ainda, se a queda do novato se der exatamente em virtude de um tropeço provocado pelo crente?
- E é exatamente aí que a porca torce o rabo. Como dito pelo Mestre “a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos” (grifo nosso). O agravante aqui, agora, é a expressão “ai”, ou “maldito o que”...
- Não que aquele que veio a cair tenha uma justificativa, longe disso. Mas, aquele que tem provocado as quedas tem sobre si um edito de maldição. Não confundam com o fato de Deus estar amaldiçoando a quem quer que seja também, porque desde o Éden, essa não é prática comum a Deus. Antes, tem-se feito maldito o próprio indivíduo que por suas práticas pecaminosas tem feito tropeçar a outrem.
- Pastores, padres, diáconos, evangelistas, presbíteros, missionários, “apóstolos” & CIA Ltda, por atacado, têm se envolvido nas mais variadas modalidades pecaminosas, desde a velha e surrada avareza e sórdida ganância, passando pelo hábito da mentira, da violência e muitos, mas muitos relatos de queda em virtude de desvios de ordem sexual.
- Exatamente de onde se esperava o exemplo positivo (2ª Tessalonicenses 3:9) é que mais tem vindo os exemplos a serem evitados.
- Assim, conclamamos os homens e mulheres a se fiarem nos bons exemplos, a que não tenham olhos para os que têm procedido mau, tendo por exemplo a ser imitado o de Jesus Cristo e daqueles que agem tendo ao Mestre como modelo perfeito. E, aos crentes, para que vigiem suas ações, suas vidas, examinando-se a si mesmos, e sabendo do tamanho da responsabilidade que há sobre nós; o de zelar pela firmeza dos passos dos “pequeninos” na fé, zelando e muito, para que não tropecem, não caiam, sendo hábeis para lhes avisar quanto aos perigos naturais. Que dirá então, vigiando ainda mais então para que nós mesmos não venhamos a ser o motivo de tropeço de alguém, cuidando muito no que falamos e, ainda, no que fazemos, sabendo que somos uma vitrine viva e muitíssimo vigiada por todos os que estão à nossa volta, tanto para sermos motivo de bênção, louvor da parte dos que por nós sejam guiados à Verdade e, de modo algum, sendo os que ensinem o caminho da perdição.
- Paz a todos

Janeiro de 2014, by
Pr. Walter