LÍNGUAS DE FOGO - "Não Pentecostais"
Tiago 1:26 "Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã".
- Existe uma religião pura e sem mácula, verdadeira, sobre a qual o mesmo Tiago dá uma pista de "qual" seja ou, no mínimo, como seja (Tg 1:27). E não é de hoje que Satanás tem feito uso das religiões existentes para levar a cabo seu plano de desviar o foco do homem do Deus vivo e verdadeiro para a religiosidade mórbida, inútil e na maioria das vezes altamente prejudicial.
- É por meio das faláceas que se iludem os crentes (e descrentes) pelo mundo a fora, e por séculos a fio, sempre e sempre por darem ouvidos ao que julgam ser correto (sem ser) e proveniente de pessoas que julgam ser corretas (sem serem).
- O religioso, seja ele padre, pastor, evangelista, diácono, cooperador... seja quem for, mero membro de determinada denominação cristã não é nem deve ser mudo. É preciso que abra sua boca até mesmo para falar do amor de Deus e anunciar a salvação que dEle provém, assim como, tem de advertir os faltosos para que se alinhem conforme as regras, dogmas e doutrina que aquele grupo pretende seguir. Nesse ofício, o de informar, por vezes passamos por fofoqueiros, ou seja, em virtude de levarmos adiante o relato de algo que realmente tenha ocorrido nos acusam de promover a fofoca.
- Há uma confusão aí, e ela precisa ser sanada. O caso é que informar não é fofocar. A fofoca ocorre quando aquele que leva a informação noticia algo fantasioso, inventado e mentiroso; ou no mínimo, aumenta ou diminui de modo desproporcional (e proposital) a informação verdadeira. Assim, quem informa não faz fofoca, principalmente se estiver à disposição para prestar melhores detalhes a cerca do que fora informado.
- Dito isso, com base em tudo quanto nos diz Tiago em sua epístola, no que tange aos pecados cometidos pela língua, sobretudo por parte daqueles que não a refreiam, consideremos algumas coisas:
1) Trata-se de um falso religioso esse que não refreia a sua língua enganando seu próprio coração; ora ora... se ele é capaz de enganar seu próprio coração, imaginemos o que ele seja capaz de fazer aos corações alheios;
2) Tiago diz que "TODOS" tropeçamos em muitas coisas (3:2); mas que é prudente não tropeçar no falar, no que tal se apresenta como "perfeito varão" quando assim procede. Se o crente consegue refrear sua língua, para não cair, certamente ele em nada cairá, porque refreará todo o corpo também;
3) Tiago compara o domínio que exercemos sobre os animais quando, pela boca, os controlamos e daí tiramos proveito de seu corpo todo; ou, ainda, comparados aos navios, que são conduzidos por um minúsculo lele, se comparado ao tamanho da embarcação inteira (3:3, 4). Pode parecer esdrúxula, mas a comparação é perfeitamente válida;
4) A língua, mesmo tão pequena se comparada ao tamanho do cérebro, do coração, pulmões, fígado... realmente é minúscula para causar o estrago que faz (3:5). Mas ela se gaba. Por si só, exprime arrogância e desmedida soberba;
5) Ela (a língua) queima. Ela é fogo (3:5, 6). Ela põe em chamas imensidões inteiras. E, para que ela mesma, juntamente com todo o corpo que a carrega, juntos queimem no inferno. Logo, um pecador arrependido de vícios, violência e imoralidade que não usa mais seus órgãos e membros sexuais na prática das orgias, nem suas mãos em roubos e espancamentos e, muito menos, seu organismo para abrigar as substâncias embriagantes pode, ainda assim, se achando um bom religioso, estar condenado ao mesmo inferno que sempre esteve pelo simples fato de não dominar sua língua.
- Tiago, no versículo 3:8 nos deixa uma advertência curiosa, preocupante e tenebrosa: "a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero".
O irmão do Senhor Jesus Cristo, e líder da igreja em Jerusalém em seus primeiros dias de cristianismo deve ter autoridade de sobra para proferir tal sentença. Eu, pelo menos, entendo assim.
Há, entre nós, uns que falam mais e uns que falam menos. Mas todos falamos. Até mesmo os mudos têm suas maneiras de expressarem o que pretendem dizer. O conteúdo do que proferimos tem muito a ver com o estado de espírito no qual nos encontramos, claro. Daí o sábio autor dos Provérbios lembra que "no muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente" (Pv 10:19). Falar pouco e ouvir muito e atentamente é conselho de Tiago também (Tg 1:19). Se não podemos nos calar por completo, que falemos pouco então.
Mas o certo é que mais a cima vimos, pela "pena" do próprio Tiago, que "nenhum" de nós é capaz de domar a língua. E ele chama esse órgão que tanto amamos de "mal", e pior ainda, "incontido"...
- Se estamos cercados por todos os lados de irmãos em Cristo que vão usar suas línguas para nos contaminar com toda sorte de ataques depreciativos e desanimadores, fica a dúvida sobre o que fazermos então. Se tal mal é incontido e homem algum domina o exercício desse órgão brutal, tem de haver um meio de não sermos incendiados pelos conteúdos desse falatório todo. No falar, podemos nos empenhar para controlarmos a nós mesmos, mas jamais teremos como controlar o que os outros digam. Assim, nos resta filtrar, selecionar, peneirar o conteúdo do que podemos e devemos ouvir. Cuidemos de nossos OUVIDOS.
- Voltemos ao sábio que nos ensina:"O malfazejo atenta para o lábio iníquo; o mentiroso inclina os ouvidos para a língua maligna" (Pv 17:4). Mentiroso não é apenas o que profere mentiras, mas aquele que dá ouvidos a elas. É pelos olhos que somos atraídos, desde sempre, porque Eva viu que o fruto era agradável os olhos (Gn 3:6); mas é pelos ouvidos que somos levados ao erro destrutivo e fatal (3:17).
Deveria nos servir de exemplo e tremenda advertência toda a repetitividade do Novo Testamento quanto à expressão: "quem tem ouvidos para ouvir, ouça"! Sem relaxo, com afinco e dedicação. Sejamos cautelosos quanto ao que entre em nossos ouvidos. Uma vez entrando, sejamos sábios para absorver e reter o que nos for proveitoso (bom).
É indispensável, no entanto, que nos abstenhamos da fala daqueles que, sorrateiramente, e insistentemente, nos tentam desviar o foco de fé, semeando e propagando o que é contrário à Palavra de Deus e contraditório com o que em nosso meio tem sido pregado com amor, dedicação e cuidado.
- Não podemos nem devemos imaginar que sejamos imunes aos falatórios malignos e prejudiciais. Por mais que sejamos fortes e sábios, todos somos vulneráveis, oscilamos em virtude do estado emocional e de espírito no qual nos encontramos no momento em que as faláceas chegam e, somos seres simplesmente corruptíveis. Assim, seguindo atentos à recomendação e advertência do apóstolo Paulo que diz "não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes" (1Co 15:33), prezemos pelo bom costume do cultivo do que é santo, saudável e útil.
- Filtremos nossos ouvidos. Ou os tapemos de vez!
A situação é mesmo de calamidade
